Animação brasileira de história encantadora, reflexão em formato HQ para uma sociedade automatizada e amortecida pela opressão que de todas as partes emanam, desde o início da História da Humanidade. Como será o futuro?
Selton Mello e Camila Pitanga dublam os protagonistas, casal enamorado em quatro épocas distintas de conflitos armados: em 1566, quando os tupinambás são dizimados pelos portugueses na Guanabara; 200 anos depois, quando os soldados do futuro Duque de Caxias contêm a Balaiada, revolta de escravos no Maranhão; entre 1968 e 1980, quando a Ditadura sentencia a vida de presos políticos; e em 2096, quando a guerra por água potável marca a rotina de um Rio de Janeiro distopicamente verticalizado.
Uma História de Amor e Fúria é didático no sentido em que simplifica relações e conflitos: tudo se resume a ação e reação. Os índios não cedem espaço, atacam os portugueses, e são dizimados. Os negros cansam da exploração, tomam a cidade, e são dizimados. Os cidadão se sufocam com o regime militar, organizam-se em guerrilha, terminam torturados e traumatizados. Os 75 minutos de duração, com a divisão em segmentos, não permitem que essas histórias se desenvolvam. O filme toma as dores do mundo e não vai muito além disso – como se lamentasse o fato de, desde o começo dos tempos, a história do homem ser feita com fúria e não com amor.
A coisa melhora no segmento ambientado no futuro porque, antes de mais nada, trata-se de uma especulação. É interessante ver o Rio de Janeiro de 2096 imaginado por Bolognesi porque, apesar do discurso politicamente correto, sua projeção beira a sátira: as milícias urbanas se profissionalizam a tal ponto que passam a ter ações negociadas na Bolsa, por exemplo.
Embora os efeitos visuais deixem a desejar, o objetivo foi esboçar mesmo de uma maneira clara e direta o enredo. É um filme que recomendo e vale à pena a reflexão…
:: Assista nesse link o filme completo!
Abraços, Paz e Luz // Rodrigo Kladwan
gratidão abraços de luz.
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